No post anterior, eu comentei que, em Montevidéu, são poucos os lugares tipicamente turísticos. Isso não é nem uma qualidade nem um defeito, apenas uma característica da cidade. Eu adoro viajar e fazer todos os programas turísticos e clichês possíveis, desde andar de bondinho no Pão de Açúcar até subir no Empire States, em Nova York. Que graça tem em voltar com um álbum de fotografias cheio de imagens das feirinhas e ruas mais alternativas da cidade, mas sem o essencial Museu do Louvre ou o Coliseu? Vai dizer que você deixou de subir na Torre Eiffel quando foi a Paris ou que não faz questão de ver a Catedral de São Basílio, na Praça Vermelha, em Moscou? Bom, como o meu sonho e minha maior meta de vida é conhecer o mundo (quase) todo, devo dizer que sou apaixonada pelos clichês quando faço viagens rápidas. Entretanto, as viagens longas proporcionam maior interação com a cidade e a cultural local.
Em Montevidéu, a parte histórica (Ciudad Vieja) é um local bastante movimentado, onde se situam casas de câmbio, vários comércios (Calle 18 de Julio) e a Plaza Independencia. Ali, um pórtico sinaliza a antiga entrada da cidade, por uma rua que leva ao porto de Montevidéu. Nessa rua se localiza o pequeno museu de arte Torres Garcia. Se você adora museus como eu, talvez se decepcione com a pouca quantidade de obras expostas por lá. A infra-estrutura também não é das melhores, inclusive, passamos por uma aventura no elevador, daqueles antigos com porta de grades de correr...
Plaza Independencia, em Montevidéu (Foto: Jamile Bilu) |
Caminhando pela região, você encontrará casas de câmbio (troque o dinheiro por lá, é mais em conta do que no aeroporto), a sorveteria argentina Freddo e várias lojas. Daniel Cassin e Indian Emporium são as marcas de roupas mais moderninhas e populares, mas, ainda assim, não encontrei produtos tão bons, nem bonitos e nem baratos. Logo nos primeiros passeios, concluímos que Montevidéu e Punta del Este não são os melhores lugares para compras. Reserve o dinheiro para restaurantes de boa qualidade e passeios pelos arredores, como Colonia.
Bem "pega turista" é o Mercado del Puerto. É válido conhecê-lo, mas a história de que é um bom lugar para almoçar é balela! O interessante do mercado é a estrutura antiga, localizada no porto da cidade em meio a várias casas e edifícios quase em ruínas. Talvez essa descrição soe como exagerada, mas muitas dessas estruturas não estão bem cuidadas. Os restaurantes no mercado são caros, ficam lotados e fazem os clientes desejarem comer todos os dias no maravilhoso Francis (farei um post exclusivo porque ele merece). Para chegar ao Mercado, fomos caminhando desde a Plaza Independencia. Já nas proximidades do lugar, fomos orientadas por um uruguaio cuidadoso, que nos alertou sobre a região ser mais perigosa do que os outros bairros.
Mercado del Puerto, antigo mercado municipal da capital uruguaia (Foto: Jamile Bilu) |
Vá ao Teatro Solís, um dos momentos mais incríveis da viagem. O Teatro é grandioso, repleto de histórias que você só saberá se participar da visita guiada (veja horários abaixo). Entramos nas salas dos espetáculos e assistimos, durante alguns minutinhos, ao ensaio de uma ópera. Além do mais, participamos de uma aula para crianças sobre música folclórica uruguaia, o candombe.
Sala principal do Teatro Solís (Foto: Jamile Bilu) |
- Teatro Solís: de terça a sexta e domingo, às 11h, 12h e 17h. Aos sábados, às 11h, 12h, 13h e 17h. Na quarta, a visita guiada em espanhol é gratuita. Se preferir em português, deverá pagar uma pequena taxa.
- Além do Torres Garcia, quem gosta de arte pode apreciar o Museo Blanes (Millán, 4014, El Prado), com obras de Juan Manuel Blanes e Pedro Figari e o Museo de Arte Contemporáneo El País (18 de Julio, 965).
- Fanáticos por futebol não podem esquecer o Estádio Centenário, que recebeu a primeira edição da Copa do Mundo, em 1930. Meu arrependimento por não ter dado tempo de visitá-lo é grande. Pronto, já encontrei minha desculpa para voltar a Montevidéu.